Há palavras que nos beijam
Como se tivessem boca,
Palavras de amor, de esperança,
De imenso amor, de esperança louca.
Palavras nuas que beijas
Quando a noite perde o rosto,
Palavras que se recusam
Aos muros do teu desgosto.
De repente coloridas
Entre palavras sem cor,
Esperadas, inesperadas
Como a poesia ou o amor.
(O nome de quem se ama
Letra a letra revelado
No mármore distraído,
No papel abandonado)
Palavras que nos transportam
Aonde a noite é mais forte,
Ao silêncio dos amantes
Abraçados contra a morte.
Alexandre O'Neill
Adoro este poema... Adoro mesmo... E quis partilha-lo... Há mesmo palavras que nos transportam pra longe, que nos fazem navegar.. Que nos levam até portos de abrigo e outras que nos levam a marés e zonas de alto mar onde tudo é agitado e revoltoso...
Palavras que nos carregam até zonas de turbulência e que nos destroem cá dentro.
segunda-feira, dezembro 04, 2006
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2 comentários:
Acho que é porque gostamos das palavras... que temos sítios destes!
;)
Saudades desse poema, muito muito bom.
Há palavras que nao beijam e se perdem no dentro de nós. Há palavras que não são palavras, são punhais. Há pessoas que não são pessoas, são animais e outras coisas que tais.
Um beijinho grande :)
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